16/08/2010

Estou farto ...


Estou farto de meros poemas

Estou farto desta mera escrita

De tudo que se faz bonito

De tanta palavra perfeita



Sonharei com algo mais belo

Algo surreal na simplicidade

Diferente até do mais puro amor

Escreverei nada que se encontre fácil na cidade



Não precisarei de rimas

Nem de momentos que tragam emoção

E por querer tanto...

Talvez precise de dois corações



Cansei de escutar canções de amor

Cansei de voz bonita

Cansei do diferente e do igual

Cansei de buscar o original



Eu quero além do além

Talvez precise ser mais que um homem

Talvez preciso ser mais que culto

Ou talvez basta fechar os olhos e viajar em meu mundo



A mulher que era citada

A mulher que é amada em um poema

Já é banal na cabeça do meu ser

Olho...Olho...Mas nem sei viver



Oh! E como um homem que não sabe viver escreverá?

Como um homem simples fará algo especial?

Apenas um homem que sangra como todos...

Só mais um no meio de tolos...



Mais um poema vai desenrolando

Em um segundo de pensamento...

Nada muda na escrita

E não mais agüento



Meu corpo soa tentando fazer mais

Enlouqueço com meus pensamentos

Meu desespero me sufoca

E não mais agüento



Milhões de pessoa em minha mente

Amores do passado me rodeiam

A igualdade sempre vem à tona

E não mais agüento



Ah! Meu corpo entra em choque

E meus joelhos vão ao chão

A lagrima cai e o poema se faz como sempre



Minhas mãos tremem

E meu coração para...

Ainda consciente sinto meu corpo gelar



E já jogado no chão rolo meu corpo...

Olhando para o telhado velho e mofado

O sentido da vida faz meu coração voltar a bater

Como um desfibrilador...



Olho de lado e um poema esta ao chão...

Com lagrimas e uma foto rasgada

E a possibilidade de escrever algo mais puro que o amor...

Esgota-se em mero coma de poucos segundos



Não quero olhar a foto

Não queria escrever sobre o amor

Não quero ler o poemas

Tenho medo, pavor!



Meu corpo não desmaia novamente

E meu desejo quase se realiza

Não escrevi nada igual

Mas não escrevi nada que se admira...
 
(Derik Vieira)

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