27/04/2013

Saudade




Dizem que a saudade só abraça aquilo que importa, quando abrimos as nossas portas para hospedar uma emoção, um brilho de olhar que mexe o corpo da gente e traz para vida um jeito novo, diferente, quando não se cala o coração. A saudade se destila em nossas veias a cada dia, traz a dor, a agonia de sermos reféns de um ritmo sem freio nas estradas dos devaneios, onde perdemos a direção. É o indicio de que perdemos um pedaço e que em fragmentos somos jogados no vento em abraços na tentativa de substanciar o calor de outras mãos. Mãos que consomem nossas medidas e não deixam saídas, prendem, a boca surpreende, quer consumar o desejo, a distância, a força do beijo que traz de volta ao nosso leito a fúria que em fagulhas incendeiam a adormecida paixão. A saudade é a prova de que nossa essência impregna, se mistura, nos altera e reanima, e a substituição de pontos finais por vírgulas, é a mais íntima medida da falta nos momentos de solidão.
μαπclει διlνα

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